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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Cabaceiras terá Feira Agroecológica com a diversidade da agricultura familiar

A cidade de Cabaceiras, no Cariri paraibano terá sua feira agroecológica com a utilização da diversidade produzida na agricultura familiar que vai dos produtos hortifrutigranjeiros aos tradicionais produtos artesanais desenvolvidos em todo aquele município.

A informação foi compartilhada com Stúdio Rural pelo representante do executivo local e articulado do Território de Desenvolvimento Rural do Cariri Oriental, Carlos José Duarte Pereira(foto), em entrevista concedida neste final de semana, relatando que no último dia 18 e 19 já foi realizada a “Oficina Territorial de Empreendedorismo nas feiras agroecológicas do Cariri Oriental” no Centro Social Liêta Farias, e que objetou orientar os produtores locais a cerca das dinâmicas desenvolvidas nos trabalhos das feiras agroecológicas já em funcionamento em toda a Paraíba e planejar o modelo a ser desenvolvido naquela cidade.

Duarte Pereira disse que compareceram cerca de 30 agricultores que já trabalham dentro das dinâmicas utilizadas pelas entidades locais no sistema de produção agroecológico, agricultores inscritos no PAIS, Programa Agroecológico Integrado e Sustentável, do FISP, PDHC e sistema Mandala, dentre outros agricultores não vinculados nestes programas. “Os próprios agricultores sentiram essa necessidade e nós da Secretaria de Agricultura dentro do Fórum discutimos que esses agricultores seriam referência, e como ser referência sem um espaço próprio? Então seria um espaço diferente”, comemora a liderança, informando que o planejamento é para iniciar as atividades no início do próximo ano.

Ao dialogar com Stúdio Rural, Duarte disse que será uma feira diversificada em produtos já que o município trabalha ampla linha de produtos vegetais e animais, tem a tradição produtiva do alho e seus produtos e é referência no trabalho com artesanato que envolve elevado número de famílias em toda a municipalidade. “Na feira nós vamos também colocar o produto do artesanato de Cabaceiras, o couro que também trabalha nesta perspectiva já que o couro de Cabaceiras é trabalhado com produtos naturais, nós vamos ter artesanato de madeira também, nós vamos ter a fabricação de doces das frutas de Cabaceiras e vamos ter as hortaliças e a carne caprina também e esses 30 agricultores são pessoas que já vêm trabalhando”, argumenta Carlos, dizendo acreditar que um espaço ecológico direcionará o produto para local próprio de agregação de valor a produção de qualidade sócio-ambiental.

Aquela liderança lembrou que todas as ações são do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Secretaria de Desenvolvimento Agrário em parceria com entidades que atuam na região, acrescentando que uma comissão foi organizada para negociar e planejar com a prefeitura local e que em breve a feira estará em funcionamento ofertando produtos de qualidade aos consumidores daquela cidade, especialmente aos bares e restaurantes que lidam diretamente com o turista que procura o município em eventos e diversas épocas do ano.

Para o bom desenvolvimento da feira agroecológica, Duarte informou que a Secretaria Municipal de Ação Rural de Cabaceiras e a Coopagel ficarão responsáveis em fazer o cadastro dos agricultores participantes já que dentro do município são muitas famílias que trabalham na dinâmica sustentável das entidades atuantes em toda a localidade.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

domingo, 11 de janeiro de 2009

Dados de Cabaceiras.


Cabaceiras, município no estado da Paraíba (Brasil), localizado na microrregião do Cariri Oriental.

Geografia
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano de 2007 sua população era estimada em 4.907 habitantes. Área territorial de 400 km².

História
Foi fundador de Cabaceiras o Capitão-mor Domingos de Faria Castro, português nascido em Cheleiros, casado com a caririense Isabel Rodrigues de Oliveira, filha de Isabel Rodrigues e do Capitão Pascácio de Oliveira Ledo, do clã dos Oliveira Ledo, sertanistas e grandes sesmeiros na Paraíba. Ao casar com o então Tenente Domingos de Faria Castro, Isabel Rodrigues de Oliveira levou como dote uma légua de terra, sítio denominado Pasto das Bestas; e sua irmã Cristina Rodrigues de Oliveira, casada com o Capitão Antônio Ferreira Guimarães, levou por dote uma parte do sítio Cabaceiras, no valor também de 250$000 (duzentos e cinqüenta mil réis). Posteriormente, o primeiro dos genros acima comprou do sogro Pascácio de Oliveira Ledo, por escritura, o restante do mesmo sítio Cabaceiras, por 500$000 (quinhentos mil réis) e a transformou na Fazenda Cabaceiras, com muito gado, casa de farinha e alambique. Em 1735, por devoção de sua mulher, o Capitão-mor Domingos de Faria Castro construiu a Capela de Na. Sra. da Conceição. Em torno dela começou o povoado, que seria transformado, em 1834, em Vila Federal de Cabaceiras. No ano seguinte, em 1835, foi criada a paróquia de N. S. da Conceição, de Cabaceiras. Em 1885, foi alterado o nome da sede municipal para Vila de Cabaceiras e, pelo Decreto-lei n. 1.164, de 15 de novembro de 1938, foi-lhe dado o título de cidade. A grande maioria dos habitantes de Cabaceiras e das cidades vizinhas descende do casal Capitão-mor Domingos de Faria Castro e Isabel Rodrigues de Oliveira, através dos seus filhos: Isabel Rodrigues de Faria, 1ª esposa do Coronel José da Costa Romeu; Ana de Faria Castro, casada com o futuro Capitão-mor Antônio de Barros Leira; Sargento-mor Inácio de Faria Castro, casado com Ana Maria Cavalcante; Maria de Faria Castro, casada com o Sargento-mor Manuel Tavares de Lira; Capitão Filipe de Faria Castro, casado com Maria da Purificação.

Clima
Clima semi-árido com chuvas irregulares,temperatura média de 30º e menos de 200mm de chuva durante o ano todo,onde só chove apenas 2 meses anuais,alcaçando até 10 meses nos periodos secos,fazendo de Cabaceiras o municipio onde menos chove no país.

Geografia
Está a cerca de 300 metros acima do nivel do mar e localizada na área mais baixa do Planalto da Borborema,na região dos cariris velhos a 180 km de João Pessoa e 50 km de Campina Grande.

Vegetação
Caatinga arbustiva,típica das regiões mais áridas do nordeste,com seus cactos,arbustos e arvores típicos como o xique-xique,Coroa de Frade,juazeiro,umbuzeiro,Jurema,etc.

Mesorregião Borborema
Microrregião Cariri Oriental

Municípios limítrofes Norte Campina Grande; Sul Barra de São Miguel e São Domingos do Cariri; Leste, Boqueirão; Oeste São João do Cariri.
Distância até a capital 180 km quilômetros
Características geográficas
Área 400,222 km²
População 4.907 hab. est. 2007
Densidade 10,6 hab./km²
Altitude metros
Clima semi-árido
Fuso horário UTC-3
Indicadores
IDH 0,682 PNUD/2000
PIB R$ 12.834.501,00 IBGE/2003
PIB per capita R$ 3.005,74 IBGE/2003

Cidade localizada nos Cariris da Paraíba a 189 km da capital.

Município conhecido como sendo de menor índice pluviométrico do País.

População: 5.000 habitantes.

Extensão Territorial: aproximadamente 500 km2.

166 anos de emancipação em junho próximo.

Possui um dos maiores rebanhos de caprinos e ovinos de Estado.

Principal celeiro do artesanato em couro da Paraíba.
A partir da pele de caprinos, curtida através de processo vegetal e utilizada na confecção de sandálias, bolsas, cintos, coletes chaveiros, selas, arreios, chapéus, etc.

Detentor de belas e ricas reservas arqueológicas.
Destaca-se o Lajedo de Pai Mateus - 2 Km de lajedo com formações rochosas únicas no mundo. Tem atraído turista de vários países. Mais de 1.000 escandinavos visitaram a área no período de 11/2000 a 04/2001.

Auto da Compadecida
O Município tem sido palco de produções cinematográficas - cenário de gravação da premiada mini série o Auto da Compadecida da Rede Globo de Televisão.

Cabaceiras - Lajedo de Pai Mateus

Em uma das regiões mais secas do Brasil, encontra-se Cabaceiras, ótima para a prática do turismo rural no estado, em meio à seca caatinga, os roteiros turísticos atraem turistas brasileiros e estrangeiros que querem aventurar-se em meio às rochas do Lajedo de Pai Mateus. Um imenso mar de granito que se destaca a paisagens do local com dezenas de blocos que há milhares de anos serviu de habitat para os índios que deixaram suas marcas. Mais a visita a Cabaceiras vai mais além, a arquitetura da cidade é tão original que serviu de sede para o filme O Auto da Compadecida, outra curiosidade é a Festa do Bode Rei evento que realmente colocou a cidade no cenário turístico nacional.



Coisa de Cinema
Localizada numa das mais secas regiões do Brasil, a cidade de Cabaceiras é hoje a coqueluche do turismo rural na Paraíba. Ali, em meio à caatinga seca e retorcida, roteiros turísticos de extrema beleza plástica atraem brasileiros e estrangeiros dispostos a desvendar os segredos escondidos nas rochas da região. Além do já famoso Lajedo de Pai Mateus, Cabaceiras oferece muitos outros destinos, começando pela própria cidade. A arquitetura é tão original que foi um dos motivos que contribuíram para que a cidade fosse escolhida para sediar as filmagens do longa O Auto da Compadecida. A Igreja Matriz é um dos lugares destacados no filme e que merece uma visita. É em Cabaceiras, também, que se realiza a Festa do Bode Rei, um evento que atrai centenas de visitantes e coloca a cidade definitivamente no circuito nacional.

Lajedo de Pai Mateus
Um imenso mar de granito se destaca na paisagem cinza do lugar. Estamos no Lajedo de Pai Mateus, um monumento natural ímpar. São dezenas de blocos de granito que, há milhares de anos, serviram para que os índios que habitavam o Nordeste deixassem duas marcas. Sítios arqueológicos se multiplicam na região.
Pai Mateus na verdade é um antigo ermitão que vivia sob as pedras e acabou emprestando seu nome ao lugar, hoje invadido por turistas do mundo inteiro. O local já conta com boa estrutura para visitas, a exemplo de hotel e guias capacitados. Engana-se, porém, quem acha que é só isso. Esportes de aventura, cavalgadas e expedições pelos sítios arqueológicos são apenas algumas das atrações oferecidas a quem decide desbravar esse pedaço do Cariri.

Saca de Lã
Um monumento sem igual! A Saca de Lã é uma obra de arte produzida pela natureza. São vários blocos dispostos um em cima do outro de uma maneira que chega a deixar dúvidas se não houve ali à mão humana. Como se não bastasse, no alto do conjunto formado por pedras retangulares uma bola de granito desafia quem se atreve a explicar a obra. Um belíssimo lago, formado pelas águas das chuvas, completa o cenário.
Cânion, pedras furadas e cacimbas naturais dão um show no Cânion situado próximo ao Hotel Fazenda Pai Mateus. Ali a água ganha tons verdes e contradiz o estereótipo de seca criado em relação à região. Depois de um dia de caminhada por entre a vegetação da caatinga, nada melhor que um bom banho para relaxar. O Cânion fica numa propriedade particular, mas está aberto para visitas.

Artesanato
A arte em couro produzida em Cabaceiras é um detalhe a parte numa visita à cidade. Pode-se encontrar desde sandálias e botas, até cintos, chapéus, pulseiras e bolsas. A tradição artesanal com couro, a propósito, acabou proporcionando a criação de cooperativas que hoje garantem renda para dezenas de famílias da região.

Cooperativa dos Curtidores e Artesãos em Couro (ARTEZA)
Contato: José Carlos/José Itamar
Telefone: (83) 356-9001

Como Chegar
Para ir até Cabaceiras vindo de Campina Grande ou de João Pessoa, o ideal é seguir até Queimadas pela BR 104 (são apenas 15 km). De lá se segue por mais 30 km pela PB 148 até Boqueirão. Depois de adquirir a tradicional rede produzida na cidade, continue na mesma estrada. Cabaceiras fica a apenas 24 Km. Para ir ao Lajedo do Pai Mateus existem duas opções. A primeira, para quem está em Cabaceiras, é seguir pela PB 160 (estrada de chão em ótimas condições) até o Hotel Fazenda Pai Mateus. Existem muitas placas nos 20 quilômetros que separam a cidade do sítio. Para quem vem do sertão ou prefere ir direto de Campina Grande ou João Pessoa sem passar por Cabaceiras, o ideal é seguir ater a Praça do Meio do Mundo, na BR 230. De lá se segue pela BR 412 até Boa Vista. Aí é só pegar à esquerda (existem placas indicativas) e dirigir por mais ou menos 18 quilômetros até o Hotel Fazenda.

www.paraibadosol.com/cidades/brejo/cabaceiras/cabaceira...
www.cabaceiras.paraiba.com.br/dados.htm
www.ferias.tur.br/informacoes/4891/cabaceiras-pb.html
www.panoramio.com/user/166587/tags/Cabaceiras%20-%20Par...
Wikipedia article: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabaceiras
Category: city

Filme rodado em Cabaceiras tem pré-estréia nesta terça em JP


A Fundação Espaço Cultural (Funesc) confirmou para a próxima terça-feira (11) a pré-estréia, em João Pessoa, do longa ‘Romance’. O novo filme de Guel Arraes (‘Auto da Compadecida’, ‘Lisbela e o Prisioneiro’), que teve uma ótima resposta da crítica e do público no Festival do Rio e na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, realizados no mês passado, teve parte do enredo filmado no Lajedo de Pai Mateus, em Cabaceiras, aqui na Paraíba.

Com patrocínio do Governo do Estado, através da Funesc, ‘Romance’ entra em cartaz nas salas de todo o país a partir do próximo dia 14. A pré-estréia, na terça-feira, está marcada para às 20h30, no Box Cinema do Manaíra Shopping, somente para convidados. Foram confirmadas as presenças do diretor Guel Arraes e da produtora do longa, Paula Lavigne, assim como do governador Cássio Cunha Lima e do presidente da Funesc, Antônio Alcântara.

“A Paraíba está muito bem posicionada em ‘Romance’”, afirma o presidente da Funesc, Antônio Alcântara, que assistiu ao longa no Festival do Rio. “O novo filme de Guel Arraes ressalta as belezas do nosso Cariri. É bom para o turismo, e também para a cultura, ter a Paraíba valorizada em um filme tão importante de um diretor tão renomado como o Guel, em uma produção tão caprichada pela Natasha Filmes de Paula Lavigne, que nem estreou ainda, mas já foi vista no Rio, em São Paulo e até na Itália (o filme integrou a programação do Festival de Cinema de Roma, mês passado)”, completou.

‘Romance’ é inspirado na história de Tristão e Isolda e traz no elenco nomes estelares como Wagner Moura, Letícia Sabatella, Andrea Beltrão, José Wilker, Bruno Garcia, Tonico Pereira, Vladimir Brichta, Edmilson Barros e Marco Nanini. Conta a história de Pedro (Wagner), diretor e ator de teatro que se apaixona por Ana (Letícia), atriz com quem contracena na peça ‘Tristão e Isolda’.

Nos bastidores da peça, o casal esbarra nos obstáculos do amor contemporâneo: paixão, ciúme, rotina... É possível um amor recíproco feliz? Antes de chegar a uma conclusão, Pedro e Ana terão sua trajetória afetada pela carreira dela - que passa a fazer sucesso na TV - impulsionada pela empresária Fernanda (Andréa Beltrão). O novo cenário deixa espaço para a entrada em cena de Orlando/José de Arimatéia (Vladimir Brichta) No papel de um ator, ele estrelará com Ana um especial de TV gravado na Paraíba e, mais importante, dividirá o seu coração.

Fonte: SECOM

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009


Vinte e dois filmes já foram rodados na cidade de Cabaceiras, na Paraíba, que tem até letreiro anunciando a "indústria"

"A Califórnia e Cabaceiras têm cenários desérticos, luminosidade, variedade de sets e mão-de-obra barata", compara pesquisador

CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CABACEIRAS (PB)

No meio da PB-148, estrada que corta o semi-árido paraibano, um letreiro de 80 metros de comprimento por cinco metros de altura surge ao lado de mandacarus, xiquexiques e uma família de bodes.

As letras formam a expressão "Roliúde Nordestina", uma brincadeira com a Hollywood norte-americana, em Los Angeles, a cerca de 10 mil km dali.

O letreiro, inaugurado no último dia 5, anuncia a entrada de Cabaceiras (a 194 km de João Pessoa), cidade favorita de diretores de cinema, por onde as nuvens carregadas de água passam e quase nunca páram.

Vinte e dois filmes -como "Cinema, Aspirinas e Urubus", de Marcelo Gomes, e "O Auto da Compadecida", de Guel Arraes- tiveram o município como cenário.

A primeira vez que uma equipe de filmagem pisou na cidade foi em 1921, para gravar o documentário "Ferração dos Bodes", sobre a arte de marcar a ferro os animais que, desde aquela época, representam a principal atividade econômica local -a caprinocultura.

As últimas produções que fizeram de Cabaceiras um set de filmagem foram o longa-metragem "Romance", de Guel Arraes, ainda inédito, e o documentário "Cabaceiras", de Ana Bárbara Ramos.

Vantagens

O idealizador do projeto "Roliúde Nordestina", o escritor e pesquisador Wills Leal, 70, aponta, a partir de uma comparação com Hollywood, razões que levam os diretores a escolher Cabaceiras.

"Os cineastas norte-americanos notaram que em Nova York chovia muito e havia muita neve. Perceberam que não havia luminosidade e que os prédios da cidade limitavam as opções de cenário", diz.

"O terceiro ponto que levou à procura de novos lugares foi a formação de sindicatos de atores, que passaram a exigir salários mais altos para os profissionais", afirma.

Para Leal, o Estado americano tem muitas semelhanças com o município paraibano. "A Califórnia e Cabaceiras têm cenários desérticos, luminosidade, variedade de sets e mão-de-obra barata."

Há diretores que criticam o uso da expressão "roliúde", por considerar a comparação inadequada à realidade do local. "Hollywood não é só um cenário. Há estúdios, dinheiro circulando. Cabaceiras não é isso, é um set de locação", diz Ana Bárbara Ramos.

Apesar das analogias, Leal diz que a palavra "roliúde" é apenas marketing -que faz questão de grafar "marquete".

Artistas por um dia

Quase toda esquina de Cabaceiras já serviu de palco para confrontos entre cangaceiros e soldados e beijos apaixonados de mocinhas em heróis.

Pelas 20 ruas da cidade, é fácil encontrar alguém que já foi artista por um dia -ou por pouco mais de 24 horas. Garis, carteiros e comerciantes abandonaram seus postos de trabalho mais de uma vez para atuar como figurantes ao lado de famosos atores nacionais.

"Cabaceiras tem uma luz específica e é uma região seca. Deu para fazer todo o filme ali na redondeza", disse a atriz e diretora do curta "Tempo de Ira", Marcélia Cartaxo.

Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Cabaceiras é a cidade onde menos chove no Brasil. A possibilidade de não perder dias de gravação por causa da chuva atrai diretores, porque reduz tempo e custos de filmagem.

Outro ponto que barateia a produção é a locação de sets. O aluguel mensal de uma casa em Cabaceiras é de cerca de R$ 400 -valor equivalente a uma diária em São Paulo.

As diárias dos figurantes no município -de R$ 15 a R$ 20- também ficam aquém das pagas nas metrópoles brasileiras. Em São Paulo, o preço gira em torno de R$ 50.

O pouco assédio da população aos atores e a facilidade para fechar ruas, tirar ou colocar postes, com o apoio da prefeitura, também são atrativos. Estima-se que um filme rodado em Cabaceiras possa economizar 30%, em comparação com produções rodadas em grandes centros.

A bela paisagem do local é outro chamariz. "Escolhi Cabaceiras para rodar dois filmes ["Viagem através do Brasil" e "São Jerônimo"] por causa da impressionante geologia da região", disse o diretor Júlio Bressane.

Catálogo e memorial

Por trás do letreiro, que custou R$ 15 mil e faz parte do orçamento de cerca de R$ 400 mil aprovado pelo Banco do Nordeste, está o projeto de mesmo nome, que busca catalogar filmes realizados na cidade, adquirir cópias e implantar um curso para atores. Um memorial cinematográfico já foi instalado no município.
O próximo passo é construir uma calçada da fama. Diferentemente da norte-americana, quem vai deixar a sua marca será o bode vencedor da festa tradicional "Bode Rei", que ocorre todo ano em Cabaceiras.

(© Folha de S. Paulo)


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Cabaceirenses viram dublês e figurantes
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CABACEIRAS (PB)

"A produção do "Auto da Compadecida" não ia botar um cabra famoso para se deitar no calçamento", afirma o gari Ednaldo Lima, 36, para justificar sua atuação como dublê na cena da morte do cangaceiro Severino, interpretado por Marco Nanini.

Algumas cenas de ação da minissérie da TV Globo, depois transformada em longa-metragem, foram feitas por dublês cabaceirenses.

"Estavam procurando alguém que soubesse cair para a hora em que Chicó [Selton Mello] leva uma facada e cai. Como agarro no gol e sei cair, e sou um pouco parecido com ele, me escolheram", diz o carteiro Fabrício Santos, 29.

Para eles, o dinheiro da figuração, apesar de pouco, ajudou no final do mês.
Se a produção economiza ao rodar na cidade, os moradores lucram no comércio, na hotelaria e com empregos temporários.
José Nunes de Araújo Neto, 70, o Zé de Cila, foi dublê de Rogério Cardoso no "Auto..." e figurante em "Cinema, Aspirinas e Urubus". Ganhou bem mais do que os cachês: conquistou notoriedade e é um dos moradores mais conhecidos de Cabaceiras.

O "encantador de viúvas", como é chamado por sua fama de conquistar mulheres que acabaram de perder maridos, diz ter gostado de gravar a cena de "Cinema, Aspirinas e Urubus" que se passa em um bordel. "O meu papel era ficar abraçado, namorando e passeando pelo cabaré com aquela menina a noite todinha."

Zé de Cila assistiu ao filme quando o diretor Marcelo Gomes o exibiu na cidade. "Apareço só um pouquinho, mas não fico triste. Sei que editam tudo."

Já Iraci Soares Nunes, 53, a dona Cecília, fez o papel da viúva durante o enterro de João Grilo, personagem de Matheus Nachtergaele no "Auto...", e ficou famosa pela atuação.

Dona Cecília diz que chorou de verdade durante as gravações do enterro, porque tinha perdido seu marido havia sete meses.

(© Folha de S. Paulo)


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